A Infância Missionária é uma forma de despertar a vocação missionária desde a infância, formando jovens engajados na construção de um mundo mais justo e fraterno.

A IAM – Infância e Adolescência Missionária, é uma obra pontifícia que visa envolver crianças e adolescentes na missão da Igreja, promovendo a conscientização missionária e a solidariedade entre os jovens. 

A coordenadora arquidiocesana da IAM, Alcinete (Nete) Paiva da Silva, explica que “através da oração, do sacrifício e de gestos de solidariedade, as crianças são incentivadas a se tornarem evangelizadoras de outras crianças”.

O objetivo, de acordo com Nete, é despertar e fortalecer a dimensão missionária nos jovens desde cedo, buscando a solidariedade entre as crianças, incentivando-as a rezar e a ajudar outras crianças em necessidade, especialmente em países de missão. “É uma forma de evangelização que parte da experiência de Jesus e seus discípulos, tendo Maria como modelo de autêntica ação evangelizadora”. 

O trabalho de implantação da IAM na Arquidiocese visa chegar a todas as 40 paróquias, das quais aproximadamente 20 já a possuem.

Estrutura de Liderança

Bem diferente de uma catequese, a IAM acolhe crianças a partir dos 4 aninhos de idade, e desenvolve atividades dinâmicas e atrativas em suas formações. A animação toda é feita pelos assessores e coordenadores, que podem ser adultos ou jovens a partir dos 16 anos, os quais que acompanham os grupos. A obra também possui uma coordenação regional, nacional e provincial, além de disponibilizar todo o material necessário para o desenvolvimento dos pequenos missionários.

Nete explica que as crianças e adolescentes fazem parte de uma rede mundial que buscam um mundo mais justo e fraterno. “Entre as principais atividades estão a oração, reflexão e partilha, mas as crianças e jovens também são incentivadas a rezar uma Ave-Maria por dia pelas crianças do mundo todo e a contribuir com uma pequena doação mensal para projetos missionários”.

A missionariedade também é praticada pelas crianças em ações de solidariedade e projetos sociais, onde realizam visitas para, desde cedo, compartilhar a fé e os valores cristãos com outras crianças e adolescentes.

Uma das maiores dificuldades, de acordo com a coordenadora arquidiocesana, é encontrar lideranças para coordenar os grupos. Para treiná-las, foi realizado em julho deste ano o EFAIAM (Encontro de Formação para Assessores da IAM), e em março o ECEAN (Encontro para Coordenadores da Infância Missionária). “Estes contaram com a presença de pessoas de todas as paróquias, agora estamos visitando as que ainda não possuem e obra, para ajudá-las a implantar”.

Por ser de carisma missionário, a Paróquia São Paulo Apóstolo, à qual Nete pertence, foi uma das primeiras da arquidiocese a implantar a IAM, que hoje já está bem estruturada. “As crianças amam participar e os pais contam que seus filhos rezam a Ave-Maria diariamente e também fazem com muito amor o sacrifício de guardar a moeda mensal para enviar aos projetos missionários ao redor do mundo”.

Um estilo de vida

Sendo uma ligada diretamente ao Vaticano, a Obra Missionária tem como lema: “Crianças e adolescentes evangelizam crianças e adolescentes”. “Ela difere da catequese, porque enquanto essa está focada na doutrina e preparação para os sacramentos, a IAM é focada em despertar o “ardor missionário” e um estilo de vida. É uma missão em saída “”, onde a criança e o adolescente levam o conhecimento de Jesus àqueles que não o conhecem”, explica Nete.

Por outro lado, a participação na IAM incentiva a continuidade dos jovens na vida da Igreja após a crisma, evitando o afastamento comum nessa fase, pois eles “pegam o gosto” por participar. Tanto que nete lembra de vários exemplos de pessoas que começaram na IAM e hoje atuam em outras pastorais e movimentos das paróquias.

A obra possui 182 anos de existência no mundo, fundada por Dom Carlos Forbim, que, com o intuito de ajudar crianças que sofriam na China, pediu às crianças da França que rezassem diariamente por todas as crianças do mundo e fizessem um sacrifício mensal.